A HISTÓRIA DOS IDIOMAS

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TÉCNICA DO COREANO

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HANGUL, O ALFABETO COREANO

O Coreano é a 14ª. Língua mais falada do mundo. Uma escrita com data de aniversário e paternidade reconhecidas

As línguas são formas de comunicação que podem ser expressadas verbalmente ou por escrito pela combinação e articulação de palavras e sons de maneira socialmente estabelecida. Por isso, é um dos elementos que caracterizam etnicamente uma sociedade, pois cada povo transmite o seu conhecimento e cultura por meio dela. 

A Summer Institute of Linguistics da Universidade do Texas, EUA, já catalogou mais de 6.900 línguas no mundo. Apesar da quantidade, metade delas corre o risco de desaparecer. 

Um dos fatores que determinam tal destino é a ausência de mecanismos de preservação por meio de registros escritos. Apenas 300 das quase 7 mil línguas utilizam algum sistema de escrita. A língua coreana é a 14a língua mais falada no planeta (72 milhões de pessoas). E das 20 línguas mais faladas do mundo, oito delas utilizam o alfabeto romano, sendo o coreano uma das poucas a possuir um sistema de escrita próprio.

Hangul, o alfabeto coreano, foi inventado pelo Rei Sejong, o Grande (1397-1450), 4o rei da Dinastia Joseon (1391-1910), e promulgado em 9 de outubro de 1446. No mês de outubro, é comemorado o 565o aniversário do Hangul que, em seu início, enfrentou resistência da elite instruída contra a disseminação desse meio de transmissão do saber.

Os ideogramas chineses, até então utilizados, eram domínio exclusivo de uma classe letrada preocupada em preservar o seu território de poder. O hiato entre a língua falada, o coreano, da família altaica, e a escrita chinesa, da família sino-tibetana, motivou o rei a buscar uma escrita que representasse os sons da fala coreana, motivo pelo qual recebeu a denominação oficial de Hun-min-jeong-eum (sons corretos para ensinar ao povo). Porém, o Rei dizia que todos poderiam aprendê-la em uma manhã, e a chamava de “A escrita da manhã”.

No documento original, encontrado em 1940, estão explicados, para espanto dos linguistas incrédulos, o princípio, a filosofia e o método de criação de cada vogal e consoante. Um verdadeiro tratado de fonética avant la lettre que assombrou toda a comunidade dos linguistas. Esse material encontrado foi tombado pela UNESCO em 1997 como Patrimônio Documental Mundial em seu programa intitulado ‘Memória do Mundo”.

O espírito democrático do Rei resultou hoje em uma Coreia livre de analfabetos, e ganhou reconhecimento mundial em 1989, quando a UNESCO instituiu o Prêmio Sejong em prol da erradicação do analfabetismo no mundo. No Brasil, o AlfaSol (Alfabetização Solidária), organização não governamental que tem como uma de suas fundadoras a ex-primeira dama Ruth Cardoso, recebeu esse mesmo prêmio.