Do francês patois, patoá é qualquer língua não padronizada, composta por diferentes dialetos e formas de linguagens nativas ou locais, ligados a um componente geográfico e sociocultural. Uma definição quase perfeita para os idiomas indonésio e javanês, característicos da Indonésia – uma das regiões mais exóticas e lindas do planeta. Não é preciso dizer, portanto, que o trabalho de tradução destes dois idiomas é um desafio que cabe a poucos especialistas. Veja, a seguir, por quê.
Por Juliana Tavares
Considerado o idioma oficial da Indonésia, o mais extenso arquipélago do planeta, com aproximadamente 17 mil ilhas, o idioma indonésio – também chamado de Bahasa Indonesia – pertence à família das línguas malaio-polinésias. Adaptado e padronizado a partir da língua malaia e do neerlandês, o indonésio é falado, atualmente por mais de 250 milhões de pessoas, incluindo habitantes da Malásia, Filipinas (Sul), Timor Leste, Singapura, Nova Caledônia, Ceilão e África do Sul.
Embora tenha semelhanças consideráveis ao malaio, o indonésio guarda diferenças regionais de vocabulário: enquanto o malaio é, normalmente, escrito a partir de uma variante do alfabeto latino chamada de rumi, muito comum na Malásia e na Singapura, o indonésio possui uma ortografia oficial, que embora utilize as letras latinas, é derivado dos caracteres árabes.
O idioma possui gramática simples e tem uma pronúncia cantante. Mas a grande influência que recebeu do sânscrito, persa, arábe, português, holandês, inglês e javanês ao longo de toda a história do arquipélago, sem contar os demais dialetos locais que somam 742 idiomas ao todo, de acordo com Ethnologue, considerado o maior inventário de línguas do planeta, torna o indonésio uma torre de babel capaz de deixar confuso o mais preparado dos poliglotas. Motivo pelo qual a tradução de documentos para o indonésio exige profundo conhecimento da cultura local e suas peculiaridades.
Com o javanês não é diferente. O idioma é, sem dúvida, o que possui mais falantes nativos da Indonésia, o que representa cerca de 75 milhões de pessoas. Falado pelos habitantes da Ilha de Java, a principal e segunda maior ilha da Indonésia, e em menor número em outras ilhas do sudeste asiático, como Timor, e demais lugares que receberam imigrantes javaneses, como o Suriname, o idioma possui uma particularidade que consiste na introdução, no princípio ou no interior de algumas palavras, de letras comparáveis às maiúsculas dos alfabetos latinos. O objetivo é apenas conferir a estas palavras um caráter honorífico e respeitável.
Os verbos não são flexionados para pessoa ou número. O tempo não é indicado, mas é expresso por palavras auxiliares, como “ontem” ou “agora”. O idioma possui, ainda, três estilos distintos, com vocabulários e regras gramaticais próprios: o Ngoko (discurso informal, usado entre amigos e parentes próximos); o Madya (usado entre estranhos, sem ser formal nem informal) e o Krama (estilo educado e formal). O uso desses estilos é complicado e exige conhecimento profundo da cultura javanesa – razão pela qual é um idioma difícil para estrangeiros. Motivo mais que suficiente para contratar uma agência especializada em tradução de documentos em javanês para qualquer idioma, como a All Tasks.