A All Tasks tornou-se líder do mercado latino-americano de traduções dedicando-se à todo tipo de serviços multilíngues, mas com foco ampliado na tradução técnica desde a sua fundação em 1976. Fizemos esta opção devido a imensidão de informações técnicas compartilhadas pelas universidades, centros de tecnologia e corporações em meio à era dos desenvolvimentos tecnológicos, da comunicação e da globalização. Apesar de sua inquestionável relevância no mercado, ainda há poucos estudos dedicados à compreensão dos mecanismos dessa área.
Na realidade, muitos são os mitos que envolvem essa prática, como discute o teórico Jody Byrne em seu livro Technical Translation: Usability Strategies for Translating Technical Documentation.
Conheça os pontos que são tratados equivocadamente:
A tradução técnica resume-se ao vocabulário técnico
É indiscutível que o tradutor deva conhecer o vocabulário técnico da área em que está traduzindo. No entanto, isso leva alguns a afirmarem que, com um bom dicionário, qualquer um pode traduzir um texto. Porém, estudos demonstram que o vocabulário técnico representa apenas 5 a 10% da tradução técnica. Na realidade, um fator determinante para a qualidade da tradução é o domínio da redação. Ou seja, é preciso “saber escrever”, de maneira clara e precisa, além de conhecer as convenções linguísticas e tipologia textual do idioma-alvo.
Além disso, o tradutor lida com uma terminologia instável e irregular. Isso porque, na maioria dos casos, a documentação técnica leva anos para ser escrita, sendo redigida e compilada em diferentes países, por diversos autores e ao longo dos diferentes estágios de desenvolvimento de um setor. O tradutor, por sua vez, precisa identificar e saber lidar com essa variação que os dicionários não acompanham. Assim, a tradução técnica presta uma grande colaboração para o estabelecimento e padronização da terminologia de um setor.
Na tradução técnica, o estilo não importa
A forma de escrever, a clareza, a escolha do vocabulário e a estrutura das sentenças são cruciais tanto para a qualidade da tradução literária, quanto para a qualidade da tradução técnica. Esse fato pode ser verificado nos resultados de testes de tradução: a maior parte das reprovações não decorre dos erros de termos específicos, mas de problemas de estilo, isto é, são reprovados os textos mal escritos.
O tradutor precisa ter um bom estilo de redação, aliado ao conhecimento técnico geral da área, também para lidar com textos originais mal escritos, fato bastante recorrente. Nesses casos, o profissional mais qualificado não reproduz os problemas do original, mas melhora o estilo, assegurando o sentido pretendido. Como resultado obtém-se, portanto, um texto traduzido muitas vezes mais bem redigido que o original.
A tradução técnica não requer criatividade
Traduzir não é um mero processo de transferência por reprodução, mas sim uma adequação linguística para a cultura a que o texto se destina. Esse processo requer do tradutor técnico uma boa dose de criatividade para saber optar pela melhor estratégia de tradução, solucionar casos de discordância (quando um termo existe em um idioma e não em outro) e saber lidar com questões culturais.
Para traduzir textos técnicos é preciso ter especialização
Nenhum tradutor é capaz de dominar todas as áreas técnicas. No entanto, é possível ter um bom conhecimento de um grupo de áreas técnicas que possuam terminologias interligadas, de certa forma, como por exemplo: Eletrônica, Telecomunicações e Informática. Esse conhecimento, aliado à forte habilidade de pesquisa e domínio da escrita, pode garantir uma boa tradução não só para a área técnica que o tradutor é especializado, mas também para algumas áreas próximas.
Em suma, esses mitos mostram que a complexidade da tradução técnica é frequentemente simplificada e reduzida. Na prática, tal crença justifica o fato de algumas empresas preferirem contratar um engenheiro para traduzir um manual técnico a um tradutor profissional, desconhecendo o fato de que o sucesso de uma tradução vai além da transferência de termos entre os idiomas.