CROATA: A VOZ DAS MONTANHAS
Os Balcãs estão na moda. Não é por menos: entre montanhas e planícies, a região possui algumas das belezas naturais mais encantadoras do mundo, entre eles a própria Croácia, cuja peculiaridade geográfica deu o nome ao idioma croata que, em eslovônico, ‘horvat’, significa montanheses. Apesar de chamar a atenção do mundo para as suas paisagens, os desafios do idioma se revelam um muro fechado e praticamente intransponível. Uma escrita com data de aniversário e paternidade reconhecidas.
Falado predominantemente na Croácia, na Sérvia, em Montenegro e na Bósnia e Herzegovina, e em algumas regiões da Áustria, Hungria, Romênia e província italiana de Molise, o servo-croata é o idioma nativo de um pouco mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo.
Considerada uma língua eslava, o sérvio-croata é composto por um diassistema, dividido em duas línguas principais: a língua croata, que usa o alfabeto latino e é preferida pelos croatas e bósnios; e a língua sérvia, que utiliza o alfabeto cirílico (derivado do grego, do hebreu e do sírio), sendo usada sobretudo pelos sérvios e montenegrinos.
Desde a dissolução da Iugoslávia, no início da década de 1990, os novos Estados se esforçam em ressaltar as diferenças entre as variantes linguísticas dos dois idiomas, e o termo “servo-croata” caiu em desuso. Em grandes cidades, como Belgrado, utilizam-se os dois alfabetos, sendo muito comuns letreiros de lojas e placas de rua apresentarem as duas grafias lado a lado.
Os primeiros registros de textos eslavos procedem do século IX d.C. Tanto os linguistas quanto os arqueólogos concordam em afirmar que a expansão do eslavo para outros territórios ocorreu no período entre os séculos V e X d.C, época em que o idioma foi submetido às influências linguísticas de palavras provenientes do germânico (gótico) e do iraniano (sármata).
Embora seja escrito com o alfabeto latino, no croata, diferentemente do português, os sinais diacríticos, entre eles o acento agudo, são considerados parte do alfabeto e, portanto, formam letras diferentes. Além disso, cada letra corresponde a um único som – e vice-versa. Ao contrário do português, no qual uma letra pode representar muitos sons: por exemplo, o Z, que pode corresponder ao som de S. Essas diferenças fazem com que a tradução de documentos para o croata seja feita de forma ainda mais criteriosa. Principalmente porque entre o sérvio e o croata há diferenças léxicas e sintáticas significativas, ainda que a fonética e morfologia sejam parecidas.
Para ajudar essa babel ortográfica, há uma enormidade de dialetos presentes na região, entre eles os kajkavianos, cakavianos e stokavianos, o que faz com que haja grandes diferenças entre o que é escrito na capital Zagreb e o que é escrito na costa do Adriático. Traduzir documentos em croata, portanto, requer conhecimento também das diferenças culturais de cada região em que o idioma é falado. Um trabalho que só pode ser feito com qualidade e critério por empresas de tradução muito especializadas.